Novas profissões jurídicas: conheça 5 tendências

aDoc • 16 de novembro de 2021

Profissionais de direito já não limitam-se mais a ir aos tribunais, elaborar contratos e conhecer as jurisprudências mais recentes. O impacto da quarta revolução industrial nas mãos da tecnologia está levando a mudanças profundas no setor jurídico. É cada vez mais comum advogados trabalhando lado a lado com outros profissionais, como engenheiros, cientistas de dados, matemáticos, especialistas em inteligência artificial ou big data.

Além disso, surgem novos perfis de advogados híbridos, com conhecimentos jurídicos, tecnológicos, marketing, design, etc. Então, quem são esses novos personagens entrando no cenário do mercado jurídico?

Revisamos para você algumas 'novas' profissões por ocasião da inovação no setor jurídico. Acompanhe!

1. Gerente de Projeto Legal

Gerente de projeto legal ou Legal Project Manager é uma função nova e crescente que está se espalhando em departamentos jurídicos e escritórios de advocacia. Esse profissional tem uma visão global da profissão e do funcionamento de um departamento jurídico e deve dominar os aspectos orçamentários, organizacionais e econômicos.

A necessidade de um profissional com esse perfil também deve-se ao fato de que novos requisitos regulatórios e de conformidade criam novas necessidades a serem atendidas nos departamentos jurídicos, o que exige uma visão global e transversal das várias questões, bem como a implementação de ações proativas.

Em suma, esse profissional tem como missão apoiar a organização e o planejamento, bem como agilizar os processos da equipe de advogados. Em particular, ele usa a tecnologia jurídica para organizar, planejar e automatizar certas tarefas. Está em estreito contato com toda a equipe de advogados, mas também com todos os departamentos da empresa e parceiros externos.

Principais atividades de um profissional responsável por projetos e operações jurídicas:

  • implementar ferramentas, melhores práticas e metodologias operacionais.
  • garantir que os procedimentos internos sejam harmonizados e que sejam usados ​​por todos os funcionários jurídicos.
  • liderar a equipe de trabalho responsável por atingir os objetivos dos projetos que chegam ao escritório.
  • gerenciar e controlar os recursos atribuídos, para atingir os objetivos propostos.

2. Especialista em Marketing Digital

O profissional de marketing digital jurídico é uma das profissões do setor com as maiores oportunidades de emprego. O perfil deste profissional reúne o conhecimento do direito e a formação em marketing digital, bem como em relações públicas.

Esse profissional é responsável pela concepção e execução do plano de marketing jurídico para escritórios de advocacia. Seu campo de atuação concentra-se nas seguintes atividades:

  • responsável em dar ao escritório uma presença digital através do site, conteúdo de marketing e redes sociais;
  • projetar, dirigir e executar todas as atividades de gestão de comunicação da empresa;
  • manter-se atualizado com as tendências de marketing para atualizar a estratégia a seguir.

3. Engenheiro Jurídico

Esta profissão está a meio caminho entre um advogado e um engenheiro, que em outros setores equivaleria à figura do "arquiteto de soluções". Ela exige conhecimento jurídico e técnico, como programação. Tem por objetivo integrar a utilização de tecnologia e processamento de dados de forma a conceber soluções tecnológicas que permitam à entidade ser mais eficiente na prestação dos seus serviços jurídicos.

Resumindo, esse profissional funciona como uma conexão entre o departamento jurídico e o departamento de TI e sua principal função é ser um agente de convergência entre o direito e a tecnologia. Pode muito bem ser um advogado com conhecimento de tecnologia da informação, ou engenheiros e outros especialistas nessas tecnologias, com conhecimentos de direito.

Suas principais atividades consistem em: 


Assessorar, desenvolver e criar soluções com o objetivo de tornar os processos mais rápidos, mais eficientes, com menor custo e tempo. Algumas dessas soluções dão origem ao que chamamos de ferramentas Legaltech: contratos inteligentes, plataformas de serviços digitais, entre outros.

4. Legal Designer

Legal Designer é uma das profissões mais novas na indústria jurídica. Esses profissionais são aqueles que praticam o design legal. Os profissionais desta área são adeptos da criação de conteúdo ou serviços úteis e envolventes, aplicando a metodologia de design thinking aos diferentes processos judiciais para encontrar uma solução inovadora.

Ou seja, o Legal designer tem como objetivo disponibilizar ferramentas e serviços de fácil compreensão e de resposta às necessidades do cliente e o perfil surge da combinação de um profissional com conhecimento técnico do direito e formação em metodologia de design thinking, bem como gestão de programas de design. A sua área de trabalho concentra-se principalmente em:

  • preparar documentos em que a informação jurídica é explicada de forma mais visual e simples para o destinatário (geralmente o cliente ou colaboradores de outras áreas da empresa);
  • projetar ferramentas para concluir tarefas;
  • melhorar experiências para os usuários de serviços jurídicos e/ou estão em processo judicial.
  • desenvolver processos e práticas que tornam o trabalho dos advogados mais eficiente.

5. Data Analyst

Como já sabemos, o data analyst ou analista de dados é o profissional que transforma dados em informações para uma tomada de decisão mais completa. O advogado de dados é então um advogado híbrido, capaz de analisar a conformidade legal da gestão de dados e discutir com os responsáveis ​​pela segurança de TI.

Via de regra, o perfil do analista de dados é um dos mais solicitados hoje, devido ao processo de transformação digital que muitas empresas e organizações que já possuem uma grande quantidade de dados começaram a abordar, mas não sabem como explorá-los para obter benefícios do negócio. Portanto, o advogado de dados é um advogado aprimorado pela tecnologia, um advogado híbrido que combina habilidades jurídicas e digitais.

Principais funções de um data analyst:

  • produz e formata dados e metadados relacionados a dados jurídicos
  • dedica seu tempo à análise jurídica

Se você chegou até aqui deve ter percebido que as novas profissões jurídicas exigem perfis multidisciplinares, que não se limitam à formação técnica exclusivamente em questões jurídicas. Atualmente, o mercado de serviços jurídicos exige a existência de especialistas na área jurídica que sejam fluentes em tecnologia e sua linguagem. 

Por outro lado, face à incursão de novos players neste mercado, abrem-se as portas para que especialistas de outras profissões adquiram formação profissional em matéria de direito, o que dá origem a um novo tipo de profissões jurídicas híbridas.

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Um levantamento do Jusbrasil (2024) aponta que 55,1% dos juristas brasileiros já utilizam ferramentas de inteligência artificial , sobretudo para pesquisa jurídica e análise de documentos. O dado é relevante, mas esconde um problema estrutural, a IA aplicada sobre processos caóticos tende a amplificar gargalos, não resolvê-los. Sem organização prévia de documentos, contratos, prazos e responsabilidades, a IA generativa perde eficácia. Em vez de ganho de produtividade, surgem retrabalhos, inconsistências e decisões mal informadas. O resultado é um escritório mais tecnológico na aparência, mas igualmente ineficiente na prática. A pressão se intensifica quando se considera que o tempo médio de tramitação processual no Brasil ultrapassa quatro anos , exigindo acompanhamento contínuo, controle rigoroso de prazos e gestão de equipes sobrecarregadas, tudo isso em um mercado com honorários cada vez mais pressionados. Crescer sem organizar é crescer errado Muitos escritórios ainda confundem volume de processos com sucesso. Crescem de forma reativa, aceitando mais demandas do que conseguem gerenciar, sem estrutura mínima de governança financeira, gestão de pessoas ou controle documental. O resultado costuma ser previsível, alta rotatividade, perda de qualidade técnica, desgaste da equipe e margens cada vez menores. Para 2026, esse modelo tende a se tornar inviável. Tendências como automação de workflows jurídicos, computação em nuvem, análise de dados e atuação multidisciplinar exigem uma reestruturação profunda da forma como o escritório opera. Um escritório que deixa de atuar apenas de forma reativa e passa a usar dados históricos para: precificar serviços com maior precisão; prever gargalos operacionais; delegar tarefas com base em capacidade real da equipe; monitorar produtividade e rentabilidade por área ou cliente. Estudos setoriais indicam que esse tipo de abordagem pode elevar a produtividade em até 40% , sem aumento proporcional de custos, um ganho decisivo em um mercado saturado. Organização como estratégia, não como burocracia A transição para esse novo modelo não é opcional. Investir em organização é investir em governança, previsibilidade e sustentabilidade do negócio jurídico, o que envolve alinhar a expertise técnica do advogado a um ecossistema integrado de: gestão de documentos; gestão de contratos (CLM); automação de fluxos internos; uso responsável e estratégico de IA aplicada ao Direito. Organizar o escritório jurídico, portanto, não significa apenas “arrumar a casa”, mas criar uma base sólida para decisões estratégicas, crescimento controlado e diferenciação competitiva. Como planejar a organização do escritório jurídico para 2026? Planejar a organização de um escritório jurídico para 2026 exige uma visão estratégica orientada por dados, capaz de lidar com desafios estruturais do Brasil, como a lentidão do Judiciário e a elevada concorrência profissional. O primeiro passo é diagnóstico. Avalie indicadores básicos, mas frequentemente ignorados: taxa de rotatividade da equipe; tempo médio dedicado por processo ou contrato; fluxo de caixa mensal e previsibilidade de receitas; volume de retrabalho causado por falhas de comunicação ou controle documental. Com base nesse diagnóstico, defina metas SMART (específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais). Um exemplo prático é reduzir em 30% o tempo de tramitação interna de documentos e contratos por meio de automação e padronização. 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Gestão inteligente de contratos (CLM) É fundamental acompanhar prazos, obrigações, cláusulas críticas, renovações e riscos contratuais, com alertas automáticos e relatórios gerenciais que apoiem decisões estratégicas. Integração com o ecossistema jurídico e corporativo Integrações com ferramentas de assinatura eletrônica, ERPs, CRMs e outros sistemas internos evitam silos de informação e aumentam a eficiência operacional. Segurança da informação e conformidade regulatória Criptografia, controle de acessos, backups automáticos e aderência à LGPD são requisitos básicos — não opcionais. Para grandes escritórios e empresas , soma-se a necessidade de escalabilidade, gestão multiusuário avançada, permissões granulares e integração entre múltiplas áreas e unidades. 10 dicas para organizar seu escritório jurídico 1. Centralize toda a documentação jurídica em um único sistema Documentos dispersos em e-mails, pastas locais e nuvens pessoais são uma das principais fontes de risco e ineficiência. Em 2026, a organização começa pela centralização absoluta de contratos, petições, procurações e documentos sensíveis em uma plataforma única, com controle de versões e trilha de auditoria. Isso reduz perdas de informação, facilita auditorias e aumenta a segurança jurídica. 2. Padronize modelos e fluxos antes de automatizar Automação não corrige processos mal definidos. Antes de implementar tecnologia, revise e padronize modelos de contratos, petições e comunicações internas. Fluxos claros reduzem exceções, facilitam treinamentos e garantem que a automação gere ganhos reais de produtividade. 3. Automatize workflows jurídicos críticos A automação deve começar onde o impacto é maior: criação, revisão, aprovação e assinatura de documentos e contratos. Workflows automatizados eliminam gargalos, reduzem prazos internos e permitem rastrear responsabilidades, algo essencial em equipes híbridas ou remotas. 4. Implemente uma gestão inteligente de contratos (CLM) Contratos não podem ser tratados como arquivos estáticos. Um sistema de CLM permite acompanhar prazos, obrigações, renovações e cláusulas críticas com alertas automáticos. Isso reduz riscos contratuais e transforma contratos em ativos estratégicos, não em passivos ocultos. 5. Use IA como apoio à decisão, não como atalho A inteligência artificial deve ser usada para analisar, comparar e estruturar informações , não para substituir critérios jurídicos. Escritórios organizados utilizam IA para revisar documentos, identificar padrões e apoiar decisões, sempre integrando esses recursos a processos bem definidos. 6. Monitore indicadores de desempenho jurídico (KPIs) Sem métricas, não há gestão. Acompanhe indicadores como tempo médio por processo, taxa de retrabalho, cumprimento de prazos, produtividade por área e rentabilidade por cliente. Dashboards em nuvem permitem ajustes rápidos e decisões baseadas em dados, não em percepção. 7. Estruture a governança financeira do escritório Organização jurídica também é financeira. Separe contas pessoais e empresariais, controle fluxo de caixa, previsibilidade de receitas e inadimplência. Escritórios bem organizados conseguem precificar melhor seus serviços e planejar crescimento com menor risco. 8. Delegue com clareza e documente responsabilidades O modelo centralizador limita a escala. Defina papéis, responsabilidades e níveis de autonomia, registrando processos e decisões. Isso reduz dependência de indivíduos-chave, melhora a continuidade operacional e facilita a integração de novos profissionais. 9. Garanta segurança da informação e conformidade com a LGPD Em 2026, falhas de segurança não são apenas problemas técnicos, mas riscos jurídicos e reputacionais. Controle acessos, registre logs, implemente backups automáticos e políticas claras de tratamento de dados. A organização documental é parte central da conformidade. 10. 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