Legal Design: o que é como aplicá-lo

aDoc • 5 de novembro de 2021

Este artigo tem como objetivo dar uma pincelada no conceito de Legal Design e compartilhar alguns insights sobre a intersecção entre direito, tecnologia e design.

O que é Legal Design e o que ele envolve?

Legal Design é uma abordagem centrada no ser humano que serve para facilitar a resolução de problemas jurídicos e promover a inovação neste setor, encontrando uma forma de explicar a lei a partir de nuances mais interessante, mais fácil de entender e mais acessível.

Na prática, o Legal Design é a criação de documentos e serviços jurídicos, projetados para melhorar a interface e a experiência do usuário. Neste sentido, como o nome sugere, envolve a aplicação do design thinking ao combinar a experiência no campo jurídico com uma abordagem da profissão de design, utilizando:

  • representação gráfica;
  • linguagem clara;
  • tecnologias simples e novas.


Como o Legal Design pode ser aplicado?

  • O conceito combina a experiência jurídica do advogado com a mentalidade e metodologias do designer e potencial tecnológico para criar:
  • sistemas jurídicos;
  • serviços;
  • processos;
  • contratos;
  • educação.

Quais os objetivos do Legal Design?

Como já mencionado, o Legal Design é um movimento crescente que tem o potencial de trazer enormes benefícios, não apenas para a profissão jurídica, mas para o cidadão comum.

Na verdade, a necessidade origina-se de um problema muito relevante hoje: a elaboração de leis e regulamentos fáceis de entender para que as pessoas sejam mais capazes de proteger seus interesses.

Vale destacar aqui que os usuários do sistema jurídico podem ser cidadãos em busca de advogado, ou pessoas que precisam de assessoria jurídica na elaboração de um contrato, ou mesmo os próprios advogados, que desejam adotar a melhor solução jurídica para oferecer aos seus clientes.

O Legal Design pode ser aplicado em contratos?

Sim. Os contratos, por exemplo, como são geralmente muito longos, detalhados e difíceis de entender, faz com que as pessoas - ao invés de ler o conteúdo - passem direto para a assinatura final [um exemplo típico atualmente são os termos e condições de um site].

Isso ocorre porque os contratos são redigidos por especialistas jurídicos para serem lidos por outros especialistas jurídicos. Neste contexto, repensar um contrato do ponto de vista do usuário real (ou seja, a pessoa que tem direitos e responsabilidades decorrentes do próprio contrato) propicia novas ideias e práticas sobre como estruturar seu conteúdo.

Usar o design legal neste contexto pode significar simplificar a linguagem, remover o "jargão", incluir índices e adicione representações gráficas de certas informações por meio de diagramas, ícones, calendários e imagens. Essa experiência ajuda a envolver os usuários, melhorar a clareza das informações e geralmente facilita o entendimento.

Quais são as vantagens do Legal Design?

Não é segredo para ninguém que a linguagem, a redação e a apresentação de textos jurídicos foram concebidas para serem compreendidas apenas por advogados. Isso faz com que o "certo", apesar de necessário, seja visto como enfadonho, o que dificulta a criação e exploração de oportunidades de negócios e comerciais.

Neste sentido, a aplicação de design thinking e outras metodologias de inovação, para ouvir, compreender e resolver os atritos habituais dos seus clientes com o seu negócio, contribui para que as empresas melhorem e agilizem as suas relações comerciais.

Ao mesmo tempo que reduz riscos legais, traz clareza e transparência, à medida que se utiliza uma linguagem clara, profissional e simples que permite compreender as obrigações e direitos dos clientes, evitando, por exemplo, mal-entendidos e problemas no futuro.

Quem se beneficia com esse processo?

Qualquer startup, empresa ou pessoa que necessite de soluções jurídicas inovadoras, digitais e alinhadas ao seu modelo de negócio. Principalmente, empresas que buscam ser transparentes com seus clientes e desejam ter documentos claros que permitam melhorar as vendas, o relacionamento e a empatia com o usuário.

Por que é necessário uma nova concepção jurídica?

Cada vez mais, colocar-se no lugar de seus clientes , entender suas necessidades e oferecer-lhes algo compreensível e valioso tende a ser altamente valorizado, inclusive no setor jurídico. Neste sentido, o legal design melhorar a compreensão e o cumprimento da lei - à medida que os usuários tem acesso a um produto legal mais simples e interessante (como um contrato).

Sem dúvidas, eles se sentirão mais seguros em seus direitos e responsabilidades e serão capazes de compreender e respeitar os acordos que concluem. Em grande escala, isso pode levar a um melhor cumprimento dos termos do contrato e menos litígios. Também permite a criação de um sistema jurídico no qual os cidadãos desempenham um papel mais ativo.

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Crescer sem organizar é crescer errado Muitos escritórios ainda confundem volume de processos com sucesso. Crescem de forma reativa, aceitando mais demandas do que conseguem gerenciar, sem estrutura mínima de governança financeira, gestão de pessoas ou controle documental. O resultado costuma ser previsível, alta rotatividade, perda de qualidade técnica, desgaste da equipe e margens cada vez menores. Para 2026, esse modelo tende a se tornar inviável. Tendências como automação de workflows jurídicos, computação em nuvem, análise de dados e atuação multidisciplinar exigem uma reestruturação profunda da forma como o escritório opera. Um escritório que deixa de atuar apenas de forma reativa e passa a usar dados históricos para: precificar serviços com maior precisão; prever gargalos operacionais; delegar tarefas com base em capacidade real da equipe; monitorar produtividade e rentabilidade por área ou cliente. Estudos setoriais indicam que esse tipo de abordagem pode elevar a produtividade em até 40% , sem aumento proporcional de custos, um ganho decisivo em um mercado saturado. Organização como estratégia, não como burocracia A transição para esse novo modelo não é opcional. Investir em organização é investir em governança, previsibilidade e sustentabilidade do negócio jurídico, o que envolve alinhar a expertise técnica do advogado a um ecossistema integrado de: gestão de documentos; gestão de contratos (CLM); automação de fluxos internos; uso responsável e estratégico de IA aplicada ao Direito. Organizar o escritório jurídico, portanto, não significa apenas “arrumar a casa”, mas criar uma base sólida para decisões estratégicas, crescimento controlado e diferenciação competitiva. Como planejar a organização do escritório jurídico para 2026? 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Gestão inteligente de contratos (CLM) É fundamental acompanhar prazos, obrigações, cláusulas críticas, renovações e riscos contratuais, com alertas automáticos e relatórios gerenciais que apoiem decisões estratégicas. Integração com o ecossistema jurídico e corporativo Integrações com ferramentas de assinatura eletrônica, ERPs, CRMs e outros sistemas internos evitam silos de informação e aumentam a eficiência operacional. Segurança da informação e conformidade regulatória Criptografia, controle de acessos, backups automáticos e aderência à LGPD são requisitos básicos — não opcionais. Para grandes escritórios e empresas , soma-se a necessidade de escalabilidade, gestão multiusuário avançada, permissões granulares e integração entre múltiplas áreas e unidades. 10 dicas para organizar seu escritório jurídico 1. Centralize toda a documentação jurídica em um único sistema Documentos dispersos em e-mails, pastas locais e nuvens pessoais são uma das principais fontes de risco e ineficiência. Em 2026, a organização começa pela centralização absoluta de contratos, petições, procurações e documentos sensíveis em uma plataforma única, com controle de versões e trilha de auditoria. Isso reduz perdas de informação, facilita auditorias e aumenta a segurança jurídica. 2. Padronize modelos e fluxos antes de automatizar Automação não corrige processos mal definidos. Antes de implementar tecnologia, revise e padronize modelos de contratos, petições e comunicações internas. Fluxos claros reduzem exceções, facilitam treinamentos e garantem que a automação gere ganhos reais de produtividade. 3. Automatize workflows jurídicos críticos A automação deve começar onde o impacto é maior: criação, revisão, aprovação e assinatura de documentos e contratos. Workflows automatizados eliminam gargalos, reduzem prazos internos e permitem rastrear responsabilidades, algo essencial em equipes híbridas ou remotas. 4. Implemente uma gestão inteligente de contratos (CLM) Contratos não podem ser tratados como arquivos estáticos. Um sistema de CLM permite acompanhar prazos, obrigações, renovações e cláusulas críticas com alertas automáticos. Isso reduz riscos contratuais e transforma contratos em ativos estratégicos, não em passivos ocultos. 5. Use IA como apoio à decisão, não como atalho A inteligência artificial deve ser usada para analisar, comparar e estruturar informações , não para substituir critérios jurídicos. Escritórios organizados utilizam IA para revisar documentos, identificar padrões e apoiar decisões, sempre integrando esses recursos a processos bem definidos. 6. Monitore indicadores de desempenho jurídico (KPIs) Sem métricas, não há gestão. Acompanhe indicadores como tempo médio por processo, taxa de retrabalho, cumprimento de prazos, produtividade por área e rentabilidade por cliente. Dashboards em nuvem permitem ajustes rápidos e decisões baseadas em dados, não em percepção. 7. Estruture a governança financeira do escritório Organização jurídica também é financeira. Separe contas pessoais e empresariais, controle fluxo de caixa, previsibilidade de receitas e inadimplência. Escritórios bem organizados conseguem precificar melhor seus serviços e planejar crescimento com menor risco. 8. Delegue com clareza e documente responsabilidades O modelo centralizador limita a escala. Defina papéis, responsabilidades e níveis de autonomia, registrando processos e decisões. Isso reduz dependência de indivíduos-chave, melhora a continuidade operacional e facilita a integração de novos profissionais. 9. Garanta segurança da informação e conformidade com a LGPD Em 2026, falhas de segurança não são apenas problemas técnicos, mas riscos jurídicos e reputacionais. Controle acessos, registre logs, implemente backups automáticos e políticas claras de tratamento de dados. A organização documental é parte central da conformidade. 10. Escolha tecnologia que acompanhe o crescimento do escritório Evite soluções que resolvem apenas o problema imediato. Priorize plataformas escaláveis, que integrem gestão documental, contratos e automação de workflows. A tecnologia certa sustenta o crescimento sem exigir reestruturações constantes. Quer organizar seu escritório jurídico para 2026 com mais eficiência, segurança e controle? Conheça a aDoc , a plataforma de gestão de documentos e contratos que centraliza informações, automatiza workflows jurídicos e transforma rotinas operacionais em inteligência estratégica.  Solicite uma demonstração e veja como a organização pode se tornar seu maior diferencial competitivo.
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