Como a inteligência artificial está transformando as práticas jurídicas no setor legal

10 de outubro de 2025

Explore o impacto da inteligência artificial (IA) no setor jurídico. A IA pode transformar a forma de trabalho dos escritórios de advocacia, aumentando a eficiência nas práticas jurídicas e estimulando a inovação.


A Inteligência no setor jurídico

Escritórios de advocacia frequentemente enfrentam grande volume de papelada em razão de processos e rotinas que exigem precisão e eficiência na execução de tarefas detalhadas. Atividades como pesquisa jurídica, sumarização de peças e narrativas legais, além da redação de e-mails ou minutas de documentos, consomem tempo e costumam impedir que advogados dediquem mais atenção a tarefas complexas, como a comunicação com clientes. Pesquisas indicam que mais de 63% das tarefas conduzidas por equipes jurídicas são repetitivas, baseadas em regras e não exigem interpretação ou raciocínio. A IA pode ser empregada para automatizar essas tarefas.


Por exemplo, a IA pode analisar documentos jurídicos como contratos, autos processuais e petições. Também pode avaliar dados de litígios passados, identificar padrões para estimar desfechos prováveis, encontrar precedentes relevantes e até redigir documentos, tornando procedimentos jurídicos mais rápidos e precisos. Neste artigo, discutiremos várias aplicações da IA no setor jurídico, examinaremos os desafios de sua implementação e exploraremos o que esperar do futuro. Vamos lá!


Aplicações inovadoras de IA no Direito

No setor jurídico, a IA pode aumentar a eficiência e reduzir custos ao automatizar tarefas de rotina e simplificar fluxos de trabalho. Por exemplo, pode apoiar a pesquisa jurídica e a elaboração de e-mails; também pode ser usada para revisão documental, due diligence e apoio a negociações contratuais. A seguir, analisamos essas aplicações com mais detalhes.


O potencial da IA na pesquisa jurídica

Imagine um sistema que responda às suas perguntas legais com links para fontes oficiais e decisões judiciais. Em vez de oferecer uma lista baseada em palavras-chave que podem , ou não conter a resposta, esse sistema entrega referências precisas e confiáveis. Esse é o potencial da IA na pesquisa jurídica.

Suponha que você esteja buscando um documento assinado. Modelos de visão computacional podem analisar documentos digitalizados. Esses modelos detectam e extraem itens específicos, como assinaturas, facilitando localizar rapidamente e com precisão o documento certo. A IA também pode ser utilizada para verificar a autenticidade de documentos, comparando-os a amostras legítimas conhecidas e detectando falsificações ou fraudes de assinatura.


Ao usar softwares jurídicos com IA para pesquisa, advogados podem vasculhar bases de leis, regulamentos, jurisdições, precedentes etc. Por exemplo, a utilização de aprendizado de máquina para potencializar a busca semântica, oferecendo melhor compreensão. Esse recurso que analisa minutas e identifica autoridades que possam ter passado despercebidas e ambém fornece sugestões de busca preditiva, insights baseados em dados sobre entes jurídicos e relatórios aprimorados por IA para localizar lacunas.


O papel da IA no e-Discovery (descoberta eletrônica)


Depois da pesquisa jurídica, o e-Discovery é a área mais comum de uso da IA no Direito. Enquanto a pesquisa jurídica se concentra em localizar e interpretar leis, regulamentos e precedentes, o e-Discovery envolve identificar, coletar e produzir informações eletronicamente armazenadas (ESI) para litígios. Litígio é o processo de instaurar ações legais ou resolver disputas em juízo.


Por exemplo, um advogado em pesquisa jurídica pode revisar decisões pretéritas para entender como certo dispositivo legal foi interpretado em casos distintos. Em contraste, durante o e-Discovery, o advogado coleta e analisa e-mails, contratos e outros documentos eletrônicos relacionados a uma disputa atual, como preparação para atos processuais.


Ferramentas de e-Discovery com IA simplificam esse processo ao organizar e priorizar documentos com tecnologias avançadas. Essas soluções permitem aos advogados:

  • Filtrar e pesquisar dados com parâmetros específicos;
  • Acessar informações essenciais de forma imediata;
  • Classificar documentos automaticamente por meio de predictive coding;
  • Ampliar a análise de dados para revelar padrões ocultos;
  • Garantir conformidade ao identificar e editar informações sensíveis.

Uso de IA para due diligence

Due diligence é um processo jurídico crucial em que advogados revisam cuidadosamente contratos, documentos e outros materiais para verificar sua validade, identificar riscos potenciais e assegurar conformidade. É essencial para evitar problemas e tomar decisões informadas em negócios, fusões e questões legais.

A tecnologia de IA redefiniu esse processo ao automatizar verificações documentais e analisar rapidamente grandes volumes de papelada para destacar detalhes importantes e possíveis problemas. Ela ajuda advogados a comparar contratos com facilidade, prever riscos com base em dados históricos, checar aderência às leis vigentes e gerar relatórios detalhados que resumem achados. O uso de IA torna a due diligence mais rápida e precisa, beneficiando clientes e organizações.


Monitoramento de salas de audiência com auxílio de IA


A IA vai além da preparação para uma audiência. Salas de audiência podem ser monitoradas por visão computacional. Com câmeras e sensores apoiados por IA, sistemas de visão computacional capturam e analisam automaticamente interações no tribunal, como depoimentos, manifestações do juiz e argumentos das partes.


Diversas percepções podem ser extraídas por visão computacional. Alguns exemplos do que se pode aprender ao monitorar salas de audiência:

  • Análise de comportamento: avaliar expressões faciais, linguagem corporal e tom de voz para inferir estados emocionais, confiabilidade e potenciais indícios de engano;
  • Rastreamento de movimento: acompanhar deslocamentos e interações de participantes-chave;
  • Marcação de eventos: sinalizar momentos potencialmente relevantes ou notáveis durante uma sessão.


Como isso funciona? Sistemas de visão computacional empregam técnicas como reconhecimento e análise facial (para detecção de emoções), estimativa de pose (para rastrear movimentos e interações), rastreamento ocular (para avaliar foco e atenção) e detecção de objetos/eventos (para identificar e marcar momentos importantes). Ao combinar essas capacidades com análises apoiadas por IA, sistemas de monitoramento de tribunais podem oferecer informações valiosas que contribuem para justiça, transparência e acurácia nos processos.


Benefícios singulares da IA no setor jurídico


Com o mercado global de IA projetado para alcançar cerca de US$ 781,55 milhões até 2032, a IA traz vantagens únicas para o setor jurídico. Além de automatizar rotinas como revisão documental e análise contratual, a IA oferece soluções inovadoras que aprimoram múltiplos aspectos da prática jurídica. Entre outros benefícios:


  • Checagem de conflitos de interesse: a IA cruza rapidamente dados de clientes e casos para detectar potenciais conflitos, garantindo ética e evitando erros custosos;
  • Gestão inteligente de prazos processuais: registros e andamentos podem ser acompanhados para alertar advogados sobre prazos críticos, audiências e protocolos, reduzindo o risco de perdas por prazo;
  • Análise de evidências visuais: visão computacional examina vídeos, fotos e outras mídias para identificar padrões, anomalias e insights relevantes a casos e investigações.


Desafios da aplicação de IA no Direito

Apesar do grande potencial, há desafios na implementação. Um dos maiores é o viés algorítmico. Se um sistema de IA é treinado em dados que refletem vieses sociais, pode reproduzi-los. No âmbito penal, por exemplo, isso poderia influenciar injustamente decisões sobre sentenças ou liberdade condicional. Outra preocupação ética é a confidencialidade do cliente: qualquer sistema de IA utilizado por advogados precisa tratar dados sensíveis com responsabilidade e segurança.


Por fim, existe a questão da confiabilidade das informações produzidas pela IA, especialmente no caso da IA generativa. Um risco particular são as “alucinações”: conteúdos verossímeis, porém inventados, gerados pela IA. Para evitar decisões baseadas em informações falsas, advogados devem adotar verificação redobrada: checar referências, análises ou minutas geradas por IA antes de seu uso em casos.


O futuro da IA no Direito

O futuro da IA e de suas ferramentas no setor jurídico é promissor, mas,  à luz dos desafios acima, requer regulação. Países como os Estados Unidos já adotam medidas para regular o desenvolvimento e o uso de IA, buscando equilibrar benefícios com riscos potenciais como viés, discriminação e privacidade.


Isso abre oportunidades e desafios para o meio jurídico. Profissionais terão de assessorar clientes em temas legais relacionados à IA, conformidade, responsabilidade, propriedade intelectual, contratos, ética e direitos humanos e, ao mesmo tempo, integrar sistemas de IA às suas práticas em conformidade com as normas. Também precisarão aprender a usar a IA de modo eficaz e responsável, preservando padrões e deveres profissionais.


Conclusão sobre a IA no setor jurídico


A IA está mudando rapidamente o campo jurídico. Ela ajuda ao automatizar tarefas como pesquisa e revisão documental e, além disso, oferece insights mais profundos por meio de análises de estratégia processual e previsão de resultados. Isso significa que advogados podem dedicar mais tempo aos clientes e oferecer serviços de maior qualidade. Embora persistam preocupações éticas, o potencial da IA para apoiar profissionais e elevar a prática jurídica é significativo.


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Por que a improvisação ainda compromete a gestão de contratos A cultura do improviso transforma a gestão de prazos em exercício de reação. Muitas organizações tratam renovações e vencimentos como eventos isolados. Reagem quando o prazo já está próximo. Renovam sem revisão de cláusulas. Assumem aumentos de custo porque não houve planejamento prévio. Acúmulo de despesas, renovação automática indesejada e perda de oportunidades de renegociação são consequências previsíveis quando não existe disciplina no controle. Negócios que trabalham com maturidade contratual seguem outra lógica. O ciclo do contrato passa a ser visto como processo contínuo, integrado à governança e ao planejamento. Revisões periódicas, registro de datas críticas e análises de performance dos fornecedores criam previsibilidade. As decisões deixam de ser motivadas pela urgência e passam a ser guiadas por critérios de custo, risco e estratégia. Organizações que abandonam o improviso percebem valor direto no controle. O gerenciamento de prazos influencia orçamento, relacionamento com parceiros, continuidade operacional e até competitividade. A previsibilidade contratual representa vantagem que não depende de sorte. Depende de método. Impactos diretos de um prazo perdido Perder prazos não representa apenas um problema operacional. A repercussão atinge dimensões estratégicas e jurídicas, como: multas e penalidades aplicadas por fornecedores e parceiros renovação automática indesejada bloqueio de serviço ou suspensão de fornecimento perda de garantias, condições especiais e nível de serviço aumento de custos por reajuste não negociado litígios por falha contratual quebra de compliance e governança Renovações e vencimentos pedem governança A gestão tradicional sempre soube trabalhar com antecedência, calendário e registro. Processos sólidos se constroem com previsibilidade e disciplina. O universo digital apenas potencializou essa lógica. O software opera como reforço da governança. Não como substituto do método clássico. Renovar, encerrar ou renegociar contratos exige informações confiáveis e determinantes como: quando o contrato termina qual o prazo de aviso prévio quem carrega a responsabilidade pela negociação quais cláusulas condicionam a renovação qual o histórico daquele fornecedor O ponto crítico: centralização do ciclo contratual Gestão manual, fragmentada e dependente de planilhas tende à vulnerabilidade. Cada novo contrato replica o risco, visto que o software não cumpre apenas a função de digitalizar documentos. A organização das etapas e a automação de alertas reduzem a dependência de memória ou boa vontade. Um CLM como aDoc disponibiliza: controle centralizado do ciclo contratual alertas automáticos de vencimentos e prazos críticos renovação programada e documentada histórico consolidado de negociações workflow com responsáveis e aprovação formal registro de decisões e documentos Renovação contratual estratégica representa decisão Contratos chegam ao vencimento diariamente. A questão central envolve o modelo de gestão adotado. Organizações com maturidade contratual tratam renovação e vencimento como decisão estratégica. Cada ciclo representa um momento de avaliação e não apenas uma continuidade automática. Renovar Renovar um contrato significa validação do desempenho e continuidade da relação jurídica. A renovação ocorre quando o fornecedor atende requisitos de qualidade, preço e governança. A decisão deve se apoiar em métricas e indicadores. Empresas que renovam sem análise assumem riscos de custo e qualidade. Renegociar Renegociação representa oportunidade de ajustar preços, prazos, escopo e indicadores de desempenho. Negócios que trabalham com previsibilidade utilizam o período de pré-renovação para melhorar condições e revisar obrigações. Renegociar fortalece o contrato e reduz vulnerabilidades no ciclo seguinte. Encerrar Encerrar um contrato faz parte da gestão profissional. O encerramento estratégico evita continuidade de serviços desnecessários, elimina custos e libera recursos. Decisão de término exige revisão documental, obrigações pendentes e planejamento de transição para evitar impacto operacional. Reestruturar escopo Reestruturação de escopo ocorre quando o serviço precisa ser adaptado a novas demandas. Mudanças tecnológicas, aumento de portfólio ou redução de atividade exigem revisão. Alterações bem planejadas evitam aditivos imprecisos e previnem judicializações por falhas contratuais. Substituir fornecedor Substituição de fornecedor pede análise de risco, qualificação e compliance. Empresas maduras planejam transição, definem critérios de performance e buscam fornecedores com maior aderência ao resultado esperado. A troca sem método resulta em descontinuidade e perda de qualidade. Consolidar contratos Consolidação reduz custo, simplifica gestão e minimiza risco. Contratos dispersos geram redundâncias e aumento dos custos administrativos. A consolidação também facilita auditorias e controles internos. Nota : Processos previsíveis sustentam decisões consistentes. Quando a gestão depende de lembretes informais ou planilhas descentralizadas, a previsibilidade se perde. A ausência de método abre margem para multas, renovação automática, falhas de comunicação e litígios. Organizações que tratam renovação como decisão estruturada eliminam riscos jurídicos e financeiros e fortalecem governança. 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